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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A ausência me preencheu.


"As tempestades se acomodaram no vizinho do montante
As complexidades se basearam em fatos incertos
Nada do que me desfoquei apareceu repetitivo
Não bastava disfarçar a solidão em um balde transbordando

O sonho acabava no momento em que foi parar nas ondas do mar
Fiquei pensando nos momentos, e me esqueci de que não sabia nadar
Rastejei pelas ruas a procura do que não existia mais
Me mantive asfixiada dentro de um pote vazio

O deserto dos sentidos me machucam e me intensificam
Aquele espaço simplesmente desapareceu, se perdeu do vendaval
Esse terremoto que me acalma e me tranquiliza
Eu sei o que pode ser mais arriscado durante este instante

Viver para simplesmente obter um desejo
Ou apenas se esquecer das coisas que mais desejamos
Fatos e situações que se conciliam durante uma noite calma
Aquela sensação de ausência que abstrai qualquer ser humano

A vontade de mais e mais, a vontade de nunca mais
O que tem feito? O que está pensando? Ei, você...
Eu não quero mais saber o que você pensa quando está só
A sala já ficou preenchida com a sua ausência

Meu corpo está em fase de mutação
Aquela sua parte que foi arrancada, hoje está caleijada
Aquele sonho estranho, aquele beijo amargo meio doce
Nada do que eu consiga me lembrar dos cheiros e gostos

Tudo que nos magoa se apagam com a intensidade do destino
Os caminhos que são descobertos não permitem nem mais uma figuração sua
Quero cortar aquela parte que ainda me faz lembrar
Me lembrar daquela pessoa que eu jamais queria que existisse

As árvores que balançam levando as lembranças
O coração que aperta e se despedaça
Daí me lembro de que a vida é um mosaíco
As minhas peças estão perdidas no chão do castelo

O conto de fadas que perambulou, hoje desmoronou
Aquelas frases já não soam com tanta beleza
Agoniam meu sentimentalismo, as minhas obceções
Acordo e me permito saltar de um buraco fechado

O gosto do calor na minha boca
A sensação de ser única e amada
Nada que me faça querer reviver
Hoje eu sei que você não é mais capaz.

A sua ausência me preencheu de uma forma admirável
O que era amor se transformou em ódio e depois em nada
Não me importa mais em que você acreditou
Eu não tenho culpa de suas palavras eram de um garotinho

A idealização de um amor nada concreto, um fogo, uma paixão
Nada mais poderia ter sido alcançado mediante situação
A cumplicidade foi apagada diante do desespero absoluto
As margens estão limpas e transbordando calor novo

A minha felicidade não depende mais da sua
Hoje eu vivo com o egoísmo entalado na alma
Eu preciso me manter nesse personagem
Minha alma está coberta de figurantes."

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Minhas verdades, só minhas...


"Odeio me lembrar de que hoje ainda só é mais um dia típico
De todos aqueles que invadem meu puro sentimentalismo barato
O que me ocupa durante as narrações de uma vida calma e monótoma
Nada de novo, apenas aviões caindo e uma multidão de pessoas desnutridas

Olho ao redor e me permito desfrutar dos camarões congelados
Da praia aonde mais se vê palitos de sorvete do que areia
O trânsito daquela magalópole me pedindo um breve assassinato
Sim, meus dias continuam calmos como um ciclone

Aprendi que existem formas básicas de seguir em frente
Enfrentar os murmúrios do destino como se fossem turbilhões de vozes
Onde os gritos não serão seus, apenas a sua voz que será insignificante
Fazendo que a gargalhada se preenche de uma forma mais eficaz

Choros e consolos perdido no meio tempo de pouco tempo restante
Um dia não é apenas mais um dia para ser engolido
Os fantasmas nos perseguem e em algum momemnto nos encontram
Viver é mais do que fazer acontecer alguma situação

É se contemplar de cheiros estranhos e prodígios
O que importa não é apenas o que brilha diante do nosso amanhecer
É a sensação de um dilúvio sobre uma pena de morte
Sentir o sabor do velho ditado quase nunca usado, 'Viver é mais do que sonhar...'

A opção de se afastar ou de se reerguer , é apenas um esquivo de tudo
Manter-se ocupada, fugir da própria realidade designada
Se submeter ao crédulo mais improvável do ser humano
Acreditar que alguém pode conhecer a nossa verdade

Nossos segredos se mantêm dia a dia dentro dos nossos travesseiros
Este que como melhor amigo, guarda o oblíquo desesperado e a sua dor
De onde as frustrações vêm e vão , na concepção do embaraçoso
Minha vida é digna de dias lentos e sentidos

Não quero me bastar de uma única felicidade plena
Enquanto o universo me permite ir além disso, se mantém unificado com sensações
Muito para aprender, para conviver, para compreender
Eu preciso alegoricamente me entender primeiro."

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Meu nome é Maria Joana.


"Este que me faz convencida de um mundo poético declarado
O que mais se pronunciou durante uma noite apagada
Na sucessão dos pecados que foram acoplados
Na minha única manifestação de uma só dor, o amor

Aquele que renuncia a parte dolorosa da ingratidão
Sob uma pele reprimida da envergonhada exaustão
Conservada em um único modo de compensação anestesiada
Para então poder desistir do sincero apreço chamado felicidade

Eis, a qual fora desinibida e transformada
Sem poder ao menos tocá-la ou senti-la
Me manifestarei para sempre com pensamentos congelados
Como os que foram para a guerra e voltaram multilados

Nessa escuridão que mantém a minha temperatura fria
Dentro de um desfeixo que tenta se manter aquecido
Baldes jogados pela terra onde pisara e entrara
Agora só me resta a agunstia retratada no meu sufoco

O vento que passa de viela em viela
Este que me trás a formosa lembrança da sua chegada
E a agoniante lembrança do seu destino percorrido
Me deixou só, em uma das escuras esquinas em que andava

Na minha lamentação de pura ternura
Ainda me resta lembrar do bulê na mesa
Das suas mãos no meu corpo
Da minha bastarda impureza

A construção de um lençol desajeitado
Do suor mantido para um renascimento
Da feição mais bela e produtiva
Me bastara de tantas sensações desejadas

Agora que me sinto desonrada e usada
Me beije com o mesmo calor que tivera
Me deseje com a vontade que desejara
Eu não presto mais sem sua generosidade

Se vanglorie das minhas pernas e braços ousados
Tudo que eu permitira sentir foi a loucura
De ter-te em meus braços envolvidos
Como eu via em toda as esquinas da perdição

Meu pecado, meu desejo, meu amor
O que sinto são oscilações de desesperos
Agora me deixe e vá embora
Meu destino sempre fora distante do seu.

Não sou senhora para embelezar seu feitio
Sou mulher sem dono, sou dos senhores
Não posso levar seu café na cama
Minha postura é refletida aonde você me procurou."

Adeus.

"Sete chaves erradas
O mistério do mundo
Quem errou nasceu
E o pecado vence o mal

A distância da gratidão
Nada do que foi inventado
Diferenciado de um não
De uma exploração indelicada

Espaços e tempos errados
Vivendo em curtas tempestades
Quem disse rir por isso
Não sabe nem da metade do que é ser feliz

Me desculpe a
incógnita
É nesse chão que eu pertenço
Que aqueço minhas propostas
Do que quero ser quando crescer

Nesse abraço que me consome
Nesse vento que me auxilia
É de você que eu vivo
É você que me cria

Sorria neste exército de cores
Adivinhe o que eu sinto
O que é pleno é sagrado
É no que eu me desvirtuo

Se existe apenas nas dores
Saia de perto de mim
Você é um maligno sem fim
É de você que eu quero viver longe

Me despeço agora sem uma palavra
Meu silêncio se basta hoje
Eu sei onde eu não errei
Eu não sei viver sem ter você

Era em você que eu acreditava
A minha esperança de vida
Hoje me sinto sozinha
Adeus minha velha amiga."

Novo.


"Se tudo o que passa de um sonho
Um grande estranho desejo inofensivo
Veio me mostrar o quão transparente somos
Atitudes que se mostraram em um tombo

Desesperos agoniados surgiram
Sufocos de uma noite vazia
Na solidão que nunca fora acolhida
Estraguei tudo e nunca me arrependi

Nada do que vem do fácil é garantido
Foi como se tudo agora tivesse se encaixado
As fotos que guardei dentro de uma caixa
Hoje coloquei no lixo do meu sentimento

Não me sentia tão bem assim há muito tempo
Ando com medo de andar com minhas própiras pernas
Espero que isso seja bem mais do que está sendo
Nada mais, nem ninguém, pode julgar as minhas falhas

Então, me convenço de que o mundo gira ao me redor
Vou em busca do que acredito que pode me fazer crescer
Mesmo que seja longe de tudo que julgam coerente
Na vida o coerente simplesmente não existe

Tudo é criado e inventado para seguir regras
Mas de quais regras estamos falando e vivendo?
Sendo que somos nós mesmos que a ditamos
Quero viver pela minha dor, pelas minhas perdas

O inusitado já virou um clichê básico
Ninguém vive mais a espera do seu próprio destino
Somos nós que o guiamos e reinventamos
Nós fazemos nós mesmos, longe de tudo isso

As pessoas negam sua própria felicidade
Choram, se humilham, se machucam
Porém nada do que acreditam buscam
É estranho viver no meio dessa loucura chamada de desigualdade

Hoje fecho meus olhos e sinto meu corpo
Aquele que nunca dei tal valor promíscuo
A vida realmente é uma caixinha de surpresas
Só falta descobrirmos qual a caixa certa

Se reinventar, se recriar faz parte desse universo paralelo
Afinal, crescemos, mudamos, vivemos dentro de uma mutação constante
No final, somos nós mesmo crescendo, aprendendo, nos conhecendo
Só o que mais gostamos que sobra pra fazer parte da nossa personalidade

O engraçado são as pessoas que tem medo de viver
A vida é uma radiação de energia que presencia qualquer tipo de sentimento
O que importa apenas nisso tudo é a nossa atitude
É preciso aprender a voar para querer se tornar um pássaro

Assim como é preciso aprender a pintar para se tonar um artista
Não é loucura querermos tentar ser isso ou aquilo
Nessa vida, só sobrevive quem tenta sem medo de errar
E se errar, vive sem medo de conseguir voltar atrás."

A brisa do vento.

"Deitada em algum móvel executado
Preencho meu único espaço singelo
Com considerações desiguais
Momentos que jamais serão fatais

Retorno em meu espaço pequeno
Coberto de desilusões sobre a vida
Certa de que tudo ficou perdido
Quando tudo ainda parecia sereno

Diante de tantas mentiras
Acreditei no que um dia confiei
Paredes vazias sem espelhos
Aceitação de um nada em que fiquei

Me despeço do meu desespero
Da minha dignidade absoluta e plena
Das pequenas proezas da vida
Irônicas e completamente invertidas

Me aconselho com minha própria sombra
Aquela que jamais signifcou algo
Na vida tudo é mais sincero e exato
Quando as diferenças viraram fatos

Parada em um destino distante
Afogo meus pêsames em uma rua fria
Descanso em paz com minha ideologia
De querer ser pra sempre uma louca perdida

Nesse mundo broxante e sem respeito
Fecho meus pensamentos no meu bastardo ciclo
Acredito apenas na minha felicidade
E em tudo o que um dia se fixou em uma verdade

Tudo aquilo que um dia foi dito
Rasgo as palavras do livro
Tudo agora se tornou passado
Do que um dia se perdeu na brisa do vento."

Minha alma.

""O mistério que me proporciona a luz
O ênfase que está sendo atingido na minha decisão
A indiguinação que me alimenta com sementes
Nada que vem do mal me satisfaz no meio de uma confissão

Na rejeição de uma mistura de cores e formatos
Na ambiguidade das opções e relatos
Nos pontos de vistas mais inusitados
Permaço afastada, sentada, observando

Até aonde vai o egoísmo, a inveja
A solidão que atinge a maioria dos seres
Faz com que esta seja repugnada e não aceita
Trocada pela palavra ambição

O que é programado e certo se perde no meio da trilha
Um caminho esquecido, abandonado
Tempo desperdiçado sem equilíbrio
A vida está sendo preenchida por um nada chamado de momentos

Não discordo de querer viver se jogando
Mas existem limites para todas estas jogadas
Ofendendo, magoando, destruindo
Não é o ponto que quero chegar e viver

As pessoas andam se confundindo
Se alimentando de desejos inexistentes
É mais fácil jogar uma culpa do que ser perdoada
E é por isso que ando tão calada

Fecho meus olhos, grito por dentro, peço socorro
Mas se eu abro minha boca sou a errada, fico multilada
Anestesio minha dor com as palavras
Para que um dia eu possa ser lembrada

E quando esse dia chegar
As pessoas se lembrarão que eu queria um mundo diferente
O mundo onde houvesse a paz interior
O mundo onde existisse a amizade.

Me lamento pelas crises e desavenças
Me lamento por um abraço não dado
Me lamento pelas lágrimas derramadas
Me lamento pela vida que foi vivida em vão

Me desfaço dos meus bens materiais
Mas não me desfaço do que me mantém viva
Os meus ideiais, os meus desejos, a minha crença
A dor que me artomenta é coerente com o que eu quero que mude

Não lamento pelas minhas lágrimas derramadas
E nem pela solidão e dor que me segue
Eu sei que um dia nada disso será em vão
Será credenciado para doar a minha própria alma para esse mundo infeliz.""

Até breve.

Vou me redimir dentro de palácios surreais
Pois os poetas que descreviam a beleza dos sentimentos
Sendo eles bons ou ruins na intensidade
Tiveram que vivenciar para aprender
Admitindo que cada um deles tinha seu mágico contexto

Queima, arde, machuca...reluta, brilha
A insanidade de ser e se tornar homem
Isso tudo ainda irá nos matar
Afogados nas nossas próprias histórias de vida

Certa vez me oficializei individualista
Agora quero que contrate um sol para me aquecer
Por todas as manhãs nesses dias de neve
A claridade que me intensfica com essa luz divina
Que se expande num horizonte sem profundidade

A saudade que se manifesta em murmuros
As rochas que impedem um grande conflito
Que eu chamo de um longo amor
Derretido e muito significante

O que está para ser nosso
Predestinado nessa vida
Nada muda, nada resiste
O desespero só leva ao fracasso

As sensações de medo são breviamente analisadas
Como sendo apenas um sentimento ruim
Mas talvez sejam elas que te impedem
Das piores consequências dos atos

Amor e ódio são sentimentos comuns
Que juntos são mais fortes do que a própria vida
Juntos são compostos de imensa fertilidade
De um renascer ou de um simples adeus

Adeus, para quem hoje eu choro
No desfeixo desse desaparecimento sem sentido
Me queixo das bobagens transmitidas em frases que ficaram
Frases repetidas, sem conteúdo
Adeus, meu grande amor, meu grande amigo."

terça-feira, 13 de julho de 2010

Nós.

"Sim, foi naquela entediante noite
Depois de tantos anos desaparecidos
Você se deitou sobre mim novamente
Com aquele velho sorriso desagradável

Por mais que eu tentasse resistir
Não faria sentido algum
Sua face era meu último desejo concebido
Então você estava ali, na minha frente, sozinho

Não podia resistir, não podia evitar
Seu suspiro entrou no meu coração
Este que veio a soluçar de desespero
O que fazer, o que dizer, o que ressucitar

Como posso sentir saudades
Daquilo que nunca foi revivido
Sonhos, consolos, capacidades
Uma vez foi o suficiente, uma única vez

Não me recordo do seu gosto
O que não foi, se tornou tão real
Que amanheci com seu egoísmo, sozinha
Sobre o que não consegui compreender

Preferia dormir todas as noites sozinha
Do que ter de reviver o que nunca revivi
Me comparece, então, uma saudade inexistente
Seu jeito obscuro se refelte em claridades sobre mim

Como posso conviver com a ansiedade no meu peito
Sendo que o que mais me seduz é o nosso passado
Que está morto e apagado
Então não quero mais ressucitá-lo

Não me sufoque esta noite
Quero dormir sozinha dentro de mim
Meus sonhos são tão pessoais
Não é justo uma invasão incapaz de voltar a me amar

Fiquei cega diante deste desturbio que me incomoda
Relutei por um espaço meu, apenas meu
Tudo está ficando embaraçoso novamente
Quero rejeitar seu cheiro no meu corpo

Essa sua cara de bobo não me engana
Eu sei que o que vivemos foi tão nosso
Que seria impossível de as montanhas
Esconder esse sol que nos aquece

Obrigada por nossas almas continuarem se encontrando
De alguma forma nosso lençóis continuam sendo roubados
Durante as noites que esquecemos do mundo real
Nosso palácio está ficando quase pronto

Me abasteci de palavras sinceras
Não posso mais misturar as nossas bebidas
Os ventos estão nos levando para a eternidade
Onde tal situação em algum dia foi prometido e não cumprido."



quarta-feira, 30 de junho de 2010

Como vai, o que tem feito?

"Eu te amo de uma maneira diferente
O que o coração pode sentir e a razão deve esquecer
Como você está e como entender o que pensa
Nada mais importa o que pode me instigar

O que eu penso não preciso nem dizer
Você lê meus pensamentos como se fosse eu
Sua companhia me faz refletir em um espelho
Eu te quero o tempo todo comigo

Confundo você como um irmão
Mas no fundo sei que do que eu preciso
Do seu abraço, de você comigo
Preciso de você dentro de mim

Me desculpa se você me fez te amar
Um amor sem intenção, sem crença
Aconteceu, desmanchou e anoiteceu
Passei o dia todo com você

Quando as horas passam rápido
Com seu cheiro por perto
Mesmo sem seu beijo, é uma necessidade
Eu hoje, preciso de você

Meu vício, meu acorde
Meu ritmo, meu acontecido
Como o vento te tirou de mim
E como voltamos pra realidade

Nos esquecemos de um mundo que deixamos
E você respirou e lembrou de quem era
E eu me lembrei de quem era
Agora somos dois caminhos estranhos

Quero te levar comigo para todo o sempre
Independente de como eu me sinta
Independente do que eu apenas sinta
Você é o que me faz bem

Me tire desse mundo que desconheço
Adorava ser sua menina dos contos de fada
Me retorne a este momento
Eu preciso ser feliz novamente

Feche os olhos e sonhe comigo intensamente
É de mim que você precisa, e eu sei
Eu sou a pessoa que pode te dar o maior amor
Vamos fugir sem medo

Daqui pra frente te carregarei dentro de mim
Aonde quer que eu esteja, você é meu
E ninguém pode me tirar isso, você sabe
Como eu sempre serei sua eterna

Se despeça de mim apenas com um beijo
E pra sempre se lembrará de mim
Como um anjo que por acaso passou na sua vida
Como você simplesmente passou na minha

Nosso segredo será cumplice dos dias que virão
E sem querer você dará seu sorriso se lembrando em vão
Eu sempre serei a sua menina dos contos de fada
Então me retorne a este momento, eu preciso ser feliz novamente."

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um perdão sem perdão...

"É transparente e lúcido sentir um lençol jogado no meio do quarteirão
Com um cheiro intacto de tantas vidas amassadas e rasgadas
Encontrando um desafio abolido no meio daquela multidão
Tantas cartas fuziladas, julgadas dentro de um mundo complexo

Como se desculpas pudessem apagar o que foi feito daquele lençol
Como se a vida tivesse a chance de tentar suportar um perdão
Como se essa tentativa de suicídio fosse me indagar
São papéis, velhos papéis que não cabem mais dentro de mim

A minha incapacidade de não acreditar mais na pureza
Quero folhas brancas pra sentir o cheiro desconhecido
Quero investigar o sentido dos estímulos de um mundo diferente
Quero me olhar em um espelho onde eu possa enxergar meu oposto

Apagar a outrora que me trouxe e me levou por um tempo
Me distanciar das construções mal feitas e mal acabadas
E então gabar da minha própria existência refletida em um balanço
Onde só eu posso me condenar por alguma consequência de ato

Sim, estou me anestesiando com meu maior vício, a solidão
Esta que é capaz de compreender os passos de qualquer perdido
E da suma importância de me proteger dos destemidos vendavais
Da minha vasta e incerta reflexão sobre o caminho percorrido

Quero me sentar ao longo do nascer do sol e sentir a sua potência
Sentir a vibração mais tocante para pensar que ainda posso respirar
Longe de tudo que me permiti vivenciar e criar
Deitada em algum espaço desse majestoso continente

Não importa o lugar, os lençóis limpos e sujos sempre surgirão
Me farão compreender o sentido de ficar sozinha e desprotegida
E então a areia poderá tocar meus olhos para que eu tenha uma desculpa
E querer ainda mais expandir meus vidros quebrados pelo chão

A criatividade de inovar dentro de um contexto abduzido
Infatizar os desníveis de um absoluto desejo inconsequente
Aproveitar enquanto o tempo ainda está a meu favor
E me desmanchar sobre os deslises ocorridos por um muro quebrado

Desmantelar as crises fornecidas pelo direito de viver
Pelo meu único direito de sentir um toque irreconhecível
E assim poder dizer o quanto eu queria estar de volta àquele velho lençol
A caminhada de volta então se propaga confusa

E no meio dessa multidão de gente viva, me perdi
E nunca mais pude te encontrar, o tempo passou voando para todos
E meu tempo só foi sentir o seu perfume que ainda estava no meu suor
Agora ele simplesmente desapareceu, como tudo que eu vivi

As vezes se tornou tarde para eu poder voltar atrás
E o perdão de que tanto falei e esperei, se perdeu nas entrelinhas
E estou sozinha outra vez, procurando seu cheiro em algum corpo desconhecido
Para que eu possa encontrar um outro lençol abandonado em uma rua desfavorecida."

Para poder dizer um dia...

"Estou livre da perfeição acrescentada
Estou livre para realizar meus maiores sonhos
Estou livre para poder ser eu mesma
Estou livre para novamente tentar amar

Me libertei das palavras que nunca queria ter lido
Eu apenas busquei um motivo para esquecer
Das coisas que mais foram importantes em alguns momentos
Agora as mudanças estão soando ao redor do meu ouvido

Não preciso mais de personagens, me entreguei
Não quero mais desistir de ser correspondida
Hoje, eu vejo no que me acrescentou
Me ensinou mais do que meus olhos podiam enxergar

Estou animada para buscar o que existe lá fora
Muitas estrelas estão caindo e brilhando
Fiz meu pedido e ele está flutuando no horizonte
Acreditar em tudo que me faz apenas sentir bem

Minha carência está sendo destruída nesse meu presente
Viver intensamente em busca do balde vazio
Fechar os olhos e sentir o cheiro de um recomeço
A felicidade da qual sempre disse e nunca tive

Sem o medo de tentar e talvez errar
O erro nem sempre se torna um erro
Eu quis dizer palavras bonitas e elas se perderam
Então eu me perdi nesse erro certo e finalmente acertei

A vida é mais do que o pôr do sol
Pode ser também o cheiro da folha seca ao cair
Não é viver apenas de um único instante e se fechar nele
É aprender com as entrelinhas dos espaços vazios

Eles as vezes podem não dizer nada
Mas tem o significado de todas as nossas perguntas
As respostas nem sempre são fáceis de serem interpretadas
Mas se quisermos, podemos ir muito além de uma cama desarrumada

Não posso dizer que sei o que busco no futuro
Mas só o que me importa neste instante é viver
Sem perguntas, apenas tentar viver sempre
Para um dia eu poder dizer que sou completa de verdade."

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Sem você...


"O que estava escrito se fixou diante dos meus olhos
Então amanheci e meditei sobre a sua pele que transbordava calor
A certeza de que era impossível existir um começo
Ainda mais de algo que foi tão puro e rápido

Busquei dentro de mim a coragem pra dizer o quanto não me significava mais
O quanto eu queria tudo e ao mesmo tempo o quanto eu não queria nada
A ansiedade passou finalmente e minha dignidade subiu ao pódio
Renasci dentro de um mistério que mal cabia em mim mesma

Não sou pessoa de ficar lamentando a minha própria falta de sorte
O que é pra ficar anexado na memória nada nunca fará apagar
Então serão os momentos que ficarão marcados pelo vento corrente do dia a dia
E só o tempo poderá amenizar o sentimento confuso que ando sentindo

A minha insanidade se manifesta pela minha própria abstinência
A saudade relutada pelo ser humano não se posiciona diante do meu contexto
A relação entre o homem e o animal é a mesma que intensifica o meu lado mal
Acreditar pra sentir ou simplesmente sentir pra acreditar

Esse tempo tardio que me resta será transformado em um início
Onde cada personagem que inventei diante dos momentos se renunciará
E estará extinto para todo o sempre, para assim nascer um novo ciclo
De um novo amor ou de uma nova vida

Não existe motivo para lágrimas soarem em baldes ausentes
A vida não pára para que eu retome o meu juízo
Preciso me bastar de alegorias das quais eu me contento e depois me perco
Preciso me fartar de mim mesma antes que eu decida acabar com tudo que me compõe

Meu oxigênio está se esgotando, preciso reviver para tentar ser feliz
Esta tal felicidade que nos completa e nos mantém saciados
O segredo de um desfeixo que nunca conseguirei alcançar
O ânseio de ficar sozinha e me perder no montante encontrado na esquina

Preciso pedir para que nunca me deixe em uma caixa fechada
Quero estar exposta em um porta retrato apagado e velho
Onde eu possa sentir que algum dia eu fui ao menos desejada
E que pra sempre eu poderei ser lembrada como uma grande amiga."