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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Meu nome é Maria Joana.


"Este que me faz convencida de um mundo poético declarado
O que mais se pronunciou durante uma noite apagada
Na sucessão dos pecados que foram acoplados
Na minha única manifestação de uma só dor, o amor

Aquele que renuncia a parte dolorosa da ingratidão
Sob uma pele reprimida da envergonhada exaustão
Conservada em um único modo de compensação anestesiada
Para então poder desistir do sincero apreço chamado felicidade

Eis, a qual fora desinibida e transformada
Sem poder ao menos tocá-la ou senti-la
Me manifestarei para sempre com pensamentos congelados
Como os que foram para a guerra e voltaram multilados

Nessa escuridão que mantém a minha temperatura fria
Dentro de um desfeixo que tenta se manter aquecido
Baldes jogados pela terra onde pisara e entrara
Agora só me resta a agunstia retratada no meu sufoco

O vento que passa de viela em viela
Este que me trás a formosa lembrança da sua chegada
E a agoniante lembrança do seu destino percorrido
Me deixou só, em uma das escuras esquinas em que andava

Na minha lamentação de pura ternura
Ainda me resta lembrar do bulê na mesa
Das suas mãos no meu corpo
Da minha bastarda impureza

A construção de um lençol desajeitado
Do suor mantido para um renascimento
Da feição mais bela e produtiva
Me bastara de tantas sensações desejadas

Agora que me sinto desonrada e usada
Me beije com o mesmo calor que tivera
Me deseje com a vontade que desejara
Eu não presto mais sem sua generosidade

Se vanglorie das minhas pernas e braços ousados
Tudo que eu permitira sentir foi a loucura
De ter-te em meus braços envolvidos
Como eu via em toda as esquinas da perdição

Meu pecado, meu desejo, meu amor
O que sinto são oscilações de desesperos
Agora me deixe e vá embora
Meu destino sempre fora distante do seu.

Não sou senhora para embelezar seu feitio
Sou mulher sem dono, sou dos senhores
Não posso levar seu café na cama
Minha postura é refletida aonde você me procurou."

Adeus.

"Sete chaves erradas
O mistério do mundo
Quem errou nasceu
E o pecado vence o mal

A distância da gratidão
Nada do que foi inventado
Diferenciado de um não
De uma exploração indelicada

Espaços e tempos errados
Vivendo em curtas tempestades
Quem disse rir por isso
Não sabe nem da metade do que é ser feliz

Me desculpe a
incógnita
É nesse chão que eu pertenço
Que aqueço minhas propostas
Do que quero ser quando crescer

Nesse abraço que me consome
Nesse vento que me auxilia
É de você que eu vivo
É você que me cria

Sorria neste exército de cores
Adivinhe o que eu sinto
O que é pleno é sagrado
É no que eu me desvirtuo

Se existe apenas nas dores
Saia de perto de mim
Você é um maligno sem fim
É de você que eu quero viver longe

Me despeço agora sem uma palavra
Meu silêncio se basta hoje
Eu sei onde eu não errei
Eu não sei viver sem ter você

Era em você que eu acreditava
A minha esperança de vida
Hoje me sinto sozinha
Adeus minha velha amiga."

Novo.


"Se tudo o que passa de um sonho
Um grande estranho desejo inofensivo
Veio me mostrar o quão transparente somos
Atitudes que se mostraram em um tombo

Desesperos agoniados surgiram
Sufocos de uma noite vazia
Na solidão que nunca fora acolhida
Estraguei tudo e nunca me arrependi

Nada do que vem do fácil é garantido
Foi como se tudo agora tivesse se encaixado
As fotos que guardei dentro de uma caixa
Hoje coloquei no lixo do meu sentimento

Não me sentia tão bem assim há muito tempo
Ando com medo de andar com minhas própiras pernas
Espero que isso seja bem mais do que está sendo
Nada mais, nem ninguém, pode julgar as minhas falhas

Então, me convenço de que o mundo gira ao me redor
Vou em busca do que acredito que pode me fazer crescer
Mesmo que seja longe de tudo que julgam coerente
Na vida o coerente simplesmente não existe

Tudo é criado e inventado para seguir regras
Mas de quais regras estamos falando e vivendo?
Sendo que somos nós mesmos que a ditamos
Quero viver pela minha dor, pelas minhas perdas

O inusitado já virou um clichê básico
Ninguém vive mais a espera do seu próprio destino
Somos nós que o guiamos e reinventamos
Nós fazemos nós mesmos, longe de tudo isso

As pessoas negam sua própria felicidade
Choram, se humilham, se machucam
Porém nada do que acreditam buscam
É estranho viver no meio dessa loucura chamada de desigualdade

Hoje fecho meus olhos e sinto meu corpo
Aquele que nunca dei tal valor promíscuo
A vida realmente é uma caixinha de surpresas
Só falta descobrirmos qual a caixa certa

Se reinventar, se recriar faz parte desse universo paralelo
Afinal, crescemos, mudamos, vivemos dentro de uma mutação constante
No final, somos nós mesmo crescendo, aprendendo, nos conhecendo
Só o que mais gostamos que sobra pra fazer parte da nossa personalidade

O engraçado são as pessoas que tem medo de viver
A vida é uma radiação de energia que presencia qualquer tipo de sentimento
O que importa apenas nisso tudo é a nossa atitude
É preciso aprender a voar para querer se tornar um pássaro

Assim como é preciso aprender a pintar para se tonar um artista
Não é loucura querermos tentar ser isso ou aquilo
Nessa vida, só sobrevive quem tenta sem medo de errar
E se errar, vive sem medo de conseguir voltar atrás."

A brisa do vento.

"Deitada em algum móvel executado
Preencho meu único espaço singelo
Com considerações desiguais
Momentos que jamais serão fatais

Retorno em meu espaço pequeno
Coberto de desilusões sobre a vida
Certa de que tudo ficou perdido
Quando tudo ainda parecia sereno

Diante de tantas mentiras
Acreditei no que um dia confiei
Paredes vazias sem espelhos
Aceitação de um nada em que fiquei

Me despeço do meu desespero
Da minha dignidade absoluta e plena
Das pequenas proezas da vida
Irônicas e completamente invertidas

Me aconselho com minha própria sombra
Aquela que jamais signifcou algo
Na vida tudo é mais sincero e exato
Quando as diferenças viraram fatos

Parada em um destino distante
Afogo meus pêsames em uma rua fria
Descanso em paz com minha ideologia
De querer ser pra sempre uma louca perdida

Nesse mundo broxante e sem respeito
Fecho meus pensamentos no meu bastardo ciclo
Acredito apenas na minha felicidade
E em tudo o que um dia se fixou em uma verdade

Tudo aquilo que um dia foi dito
Rasgo as palavras do livro
Tudo agora se tornou passado
Do que um dia se perdeu na brisa do vento."

Minha alma.

""O mistério que me proporciona a luz
O ênfase que está sendo atingido na minha decisão
A indiguinação que me alimenta com sementes
Nada que vem do mal me satisfaz no meio de uma confissão

Na rejeição de uma mistura de cores e formatos
Na ambiguidade das opções e relatos
Nos pontos de vistas mais inusitados
Permaço afastada, sentada, observando

Até aonde vai o egoísmo, a inveja
A solidão que atinge a maioria dos seres
Faz com que esta seja repugnada e não aceita
Trocada pela palavra ambição

O que é programado e certo se perde no meio da trilha
Um caminho esquecido, abandonado
Tempo desperdiçado sem equilíbrio
A vida está sendo preenchida por um nada chamado de momentos

Não discordo de querer viver se jogando
Mas existem limites para todas estas jogadas
Ofendendo, magoando, destruindo
Não é o ponto que quero chegar e viver

As pessoas andam se confundindo
Se alimentando de desejos inexistentes
É mais fácil jogar uma culpa do que ser perdoada
E é por isso que ando tão calada

Fecho meus olhos, grito por dentro, peço socorro
Mas se eu abro minha boca sou a errada, fico multilada
Anestesio minha dor com as palavras
Para que um dia eu possa ser lembrada

E quando esse dia chegar
As pessoas se lembrarão que eu queria um mundo diferente
O mundo onde houvesse a paz interior
O mundo onde existisse a amizade.

Me lamento pelas crises e desavenças
Me lamento por um abraço não dado
Me lamento pelas lágrimas derramadas
Me lamento pela vida que foi vivida em vão

Me desfaço dos meus bens materiais
Mas não me desfaço do que me mantém viva
Os meus ideiais, os meus desejos, a minha crença
A dor que me artomenta é coerente com o que eu quero que mude

Não lamento pelas minhas lágrimas derramadas
E nem pela solidão e dor que me segue
Eu sei que um dia nada disso será em vão
Será credenciado para doar a minha própria alma para esse mundo infeliz.""

Até breve.

Vou me redimir dentro de palácios surreais
Pois os poetas que descreviam a beleza dos sentimentos
Sendo eles bons ou ruins na intensidade
Tiveram que vivenciar para aprender
Admitindo que cada um deles tinha seu mágico contexto

Queima, arde, machuca...reluta, brilha
A insanidade de ser e se tornar homem
Isso tudo ainda irá nos matar
Afogados nas nossas próprias histórias de vida

Certa vez me oficializei individualista
Agora quero que contrate um sol para me aquecer
Por todas as manhãs nesses dias de neve
A claridade que me intensfica com essa luz divina
Que se expande num horizonte sem profundidade

A saudade que se manifesta em murmuros
As rochas que impedem um grande conflito
Que eu chamo de um longo amor
Derretido e muito significante

O que está para ser nosso
Predestinado nessa vida
Nada muda, nada resiste
O desespero só leva ao fracasso

As sensações de medo são breviamente analisadas
Como sendo apenas um sentimento ruim
Mas talvez sejam elas que te impedem
Das piores consequências dos atos

Amor e ódio são sentimentos comuns
Que juntos são mais fortes do que a própria vida
Juntos são compostos de imensa fertilidade
De um renascer ou de um simples adeus

Adeus, para quem hoje eu choro
No desfeixo desse desaparecimento sem sentido
Me queixo das bobagens transmitidas em frases que ficaram
Frases repetidas, sem conteúdo
Adeus, meu grande amor, meu grande amigo."

terça-feira, 13 de julho de 2010

Nós.

"Sim, foi naquela entediante noite
Depois de tantos anos desaparecidos
Você se deitou sobre mim novamente
Com aquele velho sorriso desagradável

Por mais que eu tentasse resistir
Não faria sentido algum
Sua face era meu último desejo concebido
Então você estava ali, na minha frente, sozinho

Não podia resistir, não podia evitar
Seu suspiro entrou no meu coração
Este que veio a soluçar de desespero
O que fazer, o que dizer, o que ressucitar

Como posso sentir saudades
Daquilo que nunca foi revivido
Sonhos, consolos, capacidades
Uma vez foi o suficiente, uma única vez

Não me recordo do seu gosto
O que não foi, se tornou tão real
Que amanheci com seu egoísmo, sozinha
Sobre o que não consegui compreender

Preferia dormir todas as noites sozinha
Do que ter de reviver o que nunca revivi
Me comparece, então, uma saudade inexistente
Seu jeito obscuro se refelte em claridades sobre mim

Como posso conviver com a ansiedade no meu peito
Sendo que o que mais me seduz é o nosso passado
Que está morto e apagado
Então não quero mais ressucitá-lo

Não me sufoque esta noite
Quero dormir sozinha dentro de mim
Meus sonhos são tão pessoais
Não é justo uma invasão incapaz de voltar a me amar

Fiquei cega diante deste desturbio que me incomoda
Relutei por um espaço meu, apenas meu
Tudo está ficando embaraçoso novamente
Quero rejeitar seu cheiro no meu corpo

Essa sua cara de bobo não me engana
Eu sei que o que vivemos foi tão nosso
Que seria impossível de as montanhas
Esconder esse sol que nos aquece

Obrigada por nossas almas continuarem se encontrando
De alguma forma nosso lençóis continuam sendo roubados
Durante as noites que esquecemos do mundo real
Nosso palácio está ficando quase pronto

Me abasteci de palavras sinceras
Não posso mais misturar as nossas bebidas
Os ventos estão nos levando para a eternidade
Onde tal situação em algum dia foi prometido e não cumprido."