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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Falhas


"Mais uma vez estou aqui, me julgando, me contradizendo
Refletindo nas minhas promessas falhadas e não cumpridas
Estou aqui mais uma vez deitada na cama a pensar em ti
Te desejando, te planejando, te desenhando, te moldando
Mais uma vez estou me desmanchando em lençóis surrados

E todas as vezes em que jurei não derramar mais lagrimas
Eu tinha prometido a mim mesma me amar mais que a você
Eu tinha jurado a mim mesma que não iria mais me importar
Eu tinha prometido que deixaria todas as esperanças morrerem
Eu tinha jurado a mim que iria te esquecer em todas as manhas

Não sei quão apertado e sutil é o seu abraço
Não sei qual o gosto do seu beijo
Não sei qual o toque das suas mãos
Não sei qual cheiro tem seu pescoço
Não sei como é te poder sentir

Estou mais uma vez a imaginar os meus desejos
Estou mais uma vez perdida dentro de mim mesma
Estou mais uma vez esquecendo das minhas promessas
Estou mais uma vez errando ao continuar apaixonada
Estou mais uma vez não pensando em mim

História sem construção, sem perspectiva
História sem protagonista, sem platéia
História escrita com um monólogo
História sem base concreta
História que nunca existiu

Estou tentando criar coragem pra rasgar algumas paginas
Estou tentando entender que preciso te apagar
Estou tentando imaginar outro personagem no seu lugar
Estou tentando aguçar minha imaginação pra me tornar livre
Estou tentando voar sem suas asas

A quem foi por um bom tempo meu anjo
Eu digo que preciso te deixar partir
Preciso me libertar do seu sorriso
Preciso descobrir aonde eu encontro minhas próprias penas
Preciso construir minha própria asa

Quero voar sem meus pés no chão, sem seus pés
Quero sentir o vento tocar minha pele
Quero sorrir para quem me faz bem
Quero anjos que possam sorrir de volta para mim
Quero anjos que sejam reais."

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Anjo...


"É estúpido você dizer que sente falta de alguém
As pessoas não deveriam se importar com o além
É inaceitável sentir falta de olhos ofuscados e confusos
É constrangedor perceber qualquer indiferença
De repente você descobre que paixões sempre surgem

Que o holocausto foi permitido e muito então presenciado
Feche as portas do seu mundo pequeno e perfeito
Foram tantas linhas jogadas no tempo, desperdiçadas
Tantas noites mal dormidas e desamparadas
Ressurja do meio desse nada e voe com suas asas quebradas

Sabemos que anjos existem em quase todas as esquinas
E eu sei que em algum momento encontrarei algum que me cuide
Era tanta intimidade e agora as palavras foram embora
Quero então, descuidar de mim, me perder, me sentir
Para que um anjo me cuide, me ache, me sinta

Pesares em contra tempos desvinculados de um eu objetivo
E ofensivamente arrasto os chafarizes para perto de mim
Em um dos alicerces redefinidos me abasteço de vinho
As tempestades não são mais baseadas em virtudes
Todos os tabus foram quebrados no holocausto

Abra sua intimidade para o mundo não te engolir
Esqueça das risadas, dos olhares, dos abraços
Quem te sente não te faz chorar nenhum dia
Não perca seu tempo procurando declarações
As plenitudes estão longe de serem arquitetadas


Procure alguém que te cubra ao cair no sono
Alguém que alise seu cabelo apenas por estar exausta
Alguém que te proteja, que te faça sorrir
Alguém que diga sobre o seu cheiro ao amanhecer
Alguém que simplesmente possa te chamar de companheira.”

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Libertinagem



"E ser você não é um tributo reciclado
Não ter medo de olhar ao espelho nu
Aplaudir aquela velha ironia aplicada
Sentir o poder do ódio e do amor
Ser você e de repente apenas você

Descobrir as suas enormes dores
Mas também todos os seus pudores
Se libertar de qualquer regra
Balançar seus quadris por apenas reflexo
Exaltar sua própria libertinagem

Ser livre, ser indiferente, se permitir
Apenas viver se amando por inteira
Sem dispensar os defeitos maiores
Sorrir gradativamente
Tomar banho de chuva e tocá-la

Se tocar, se amar, sem punição
As fontes são derivadas de conquistas superficiais
E nós somos os únicos concretos e inteiros
Então permita-se sentir, tocar, viver, amar, odiar
Permita-se apenas ser você."

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Busque-se...


"Partindo em direção a morte, extasiada
Soluçando os passos mal feitos e mal construídos
Poças não me permitem andar sobre as curvas
Os atalhos estão intocáveis pelo caminho
Então sou obrigada a ver o seu sol brilhar longe de mim

As dores que se resumem a versos incompetentes
Guardo o meu segredo não planejado
Afundo as pedras para que ninguém veja as provas
Eu poderia me fazer, poderia tentar ser
Colocar uma máscara e fingir, esse é meu dom

Mas não dessa vez, não hoje, não agora
Dessa vez eu fico, não temo, luto
E ainda coloco no chão as minhas armas
Lavo meus olhos e enfrento a dor completamente nua
Os arames me cortam e eu continuo sorrindo

Meus pesares vão muito além de tudo isso
Pessoas boas não te magoam, não te humilham
Pessoas boas te fazem carinho com os cílios
E dessa vez a minha força será enrijecida
E eu ainda irei te perdoar

Me torno hermética dentro do meu próprio guarda-roupa
Visto algumas peças de roupas para me esconder
Cores vibrantes, listras confusas
Esse é o meu melhor
De tudo é uma aprendizagem

Ninguém é capaz de cortar meus pulsos e sair correndo
Estou aqui, segurando minha garganta, gritando
Meus pedidos de socorro foram escutados
E tão distante me vejo da dor, de você
E isso é a minha libertação, minha vitória.

Meus medos de hoje são minhas coragens de amanhã
E tão pouco esse amanhã vive no meu presente
Te entrego meu passado embrulhado em uma caixa
Onde foi deixada nas poças das curvas por onde andei
Eu encontrei meu atalho, me reencontrei, imensamente."