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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Como vai, o que tem feito?

"Eu te amo de uma maneira diferente
O que o coração pode sentir e a razão deve esquecer
Como você está e como entender o que pensa
Nada mais importa o que pode me instigar

O que eu penso não preciso nem dizer
Você lê meus pensamentos como se fosse eu
Sua companhia me faz refletir em um espelho
Eu te quero o tempo todo comigo

Confundo você como um irmão
Mas no fundo sei que do que eu preciso
Do seu abraço, de você comigo
Preciso de você dentro de mim

Me desculpa se você me fez te amar
Um amor sem intenção, sem crença
Aconteceu, desmanchou e anoiteceu
Passei o dia todo com você

Quando as horas passam rápido
Com seu cheiro por perto
Mesmo sem seu beijo, é uma necessidade
Eu hoje, preciso de você

Meu vício, meu acorde
Meu ritmo, meu acontecido
Como o vento te tirou de mim
E como voltamos pra realidade

Nos esquecemos de um mundo que deixamos
E você respirou e lembrou de quem era
E eu me lembrei de quem era
Agora somos dois caminhos estranhos

Quero te levar comigo para todo o sempre
Independente de como eu me sinta
Independente do que eu apenas sinta
Você é o que me faz bem

Me tire desse mundo que desconheço
Adorava ser sua menina dos contos de fada
Me retorne a este momento
Eu preciso ser feliz novamente

Feche os olhos e sonhe comigo intensamente
É de mim que você precisa, e eu sei
Eu sou a pessoa que pode te dar o maior amor
Vamos fugir sem medo

Daqui pra frente te carregarei dentro de mim
Aonde quer que eu esteja, você é meu
E ninguém pode me tirar isso, você sabe
Como eu sempre serei sua eterna

Se despeça de mim apenas com um beijo
E pra sempre se lembrará de mim
Como um anjo que por acaso passou na sua vida
Como você simplesmente passou na minha

Nosso segredo será cumplice dos dias que virão
E sem querer você dará seu sorriso se lembrando em vão
Eu sempre serei a sua menina dos contos de fada
Então me retorne a este momento, eu preciso ser feliz novamente."

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um perdão sem perdão...

"É transparente e lúcido sentir um lençol jogado no meio do quarteirão
Com um cheiro intacto de tantas vidas amassadas e rasgadas
Encontrando um desafio abolido no meio daquela multidão
Tantas cartas fuziladas, julgadas dentro de um mundo complexo

Como se desculpas pudessem apagar o que foi feito daquele lençol
Como se a vida tivesse a chance de tentar suportar um perdão
Como se essa tentativa de suicídio fosse me indagar
São papéis, velhos papéis que não cabem mais dentro de mim

A minha incapacidade de não acreditar mais na pureza
Quero folhas brancas pra sentir o cheiro desconhecido
Quero investigar o sentido dos estímulos de um mundo diferente
Quero me olhar em um espelho onde eu possa enxergar meu oposto

Apagar a outrora que me trouxe e me levou por um tempo
Me distanciar das construções mal feitas e mal acabadas
E então gabar da minha própria existência refletida em um balanço
Onde só eu posso me condenar por alguma consequência de ato

Sim, estou me anestesiando com meu maior vício, a solidão
Esta que é capaz de compreender os passos de qualquer perdido
E da suma importância de me proteger dos destemidos vendavais
Da minha vasta e incerta reflexão sobre o caminho percorrido

Quero me sentar ao longo do nascer do sol e sentir a sua potência
Sentir a vibração mais tocante para pensar que ainda posso respirar
Longe de tudo que me permiti vivenciar e criar
Deitada em algum espaço desse majestoso continente

Não importa o lugar, os lençóis limpos e sujos sempre surgirão
Me farão compreender o sentido de ficar sozinha e desprotegida
E então a areia poderá tocar meus olhos para que eu tenha uma desculpa
E querer ainda mais expandir meus vidros quebrados pelo chão

A criatividade de inovar dentro de um contexto abduzido
Infatizar os desníveis de um absoluto desejo inconsequente
Aproveitar enquanto o tempo ainda está a meu favor
E me desmanchar sobre os deslises ocorridos por um muro quebrado

Desmantelar as crises fornecidas pelo direito de viver
Pelo meu único direito de sentir um toque irreconhecível
E assim poder dizer o quanto eu queria estar de volta àquele velho lençol
A caminhada de volta então se propaga confusa

E no meio dessa multidão de gente viva, me perdi
E nunca mais pude te encontrar, o tempo passou voando para todos
E meu tempo só foi sentir o seu perfume que ainda estava no meu suor
Agora ele simplesmente desapareceu, como tudo que eu vivi

As vezes se tornou tarde para eu poder voltar atrás
E o perdão de que tanto falei e esperei, se perdeu nas entrelinhas
E estou sozinha outra vez, procurando seu cheiro em algum corpo desconhecido
Para que eu possa encontrar um outro lençol abandonado em uma rua desfavorecida."

Para poder dizer um dia...

"Estou livre da perfeição acrescentada
Estou livre para realizar meus maiores sonhos
Estou livre para poder ser eu mesma
Estou livre para novamente tentar amar

Me libertei das palavras que nunca queria ter lido
Eu apenas busquei um motivo para esquecer
Das coisas que mais foram importantes em alguns momentos
Agora as mudanças estão soando ao redor do meu ouvido

Não preciso mais de personagens, me entreguei
Não quero mais desistir de ser correspondida
Hoje, eu vejo no que me acrescentou
Me ensinou mais do que meus olhos podiam enxergar

Estou animada para buscar o que existe lá fora
Muitas estrelas estão caindo e brilhando
Fiz meu pedido e ele está flutuando no horizonte
Acreditar em tudo que me faz apenas sentir bem

Minha carência está sendo destruída nesse meu presente
Viver intensamente em busca do balde vazio
Fechar os olhos e sentir o cheiro de um recomeço
A felicidade da qual sempre disse e nunca tive

Sem o medo de tentar e talvez errar
O erro nem sempre se torna um erro
Eu quis dizer palavras bonitas e elas se perderam
Então eu me perdi nesse erro certo e finalmente acertei

A vida é mais do que o pôr do sol
Pode ser também o cheiro da folha seca ao cair
Não é viver apenas de um único instante e se fechar nele
É aprender com as entrelinhas dos espaços vazios

Eles as vezes podem não dizer nada
Mas tem o significado de todas as nossas perguntas
As respostas nem sempre são fáceis de serem interpretadas
Mas se quisermos, podemos ir muito além de uma cama desarrumada

Não posso dizer que sei o que busco no futuro
Mas só o que me importa neste instante é viver
Sem perguntas, apenas tentar viver sempre
Para um dia eu poder dizer que sou completa de verdade."

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Sem você...


"O que estava escrito se fixou diante dos meus olhos
Então amanheci e meditei sobre a sua pele que transbordava calor
A certeza de que era impossível existir um começo
Ainda mais de algo que foi tão puro e rápido

Busquei dentro de mim a coragem pra dizer o quanto não me significava mais
O quanto eu queria tudo e ao mesmo tempo o quanto eu não queria nada
A ansiedade passou finalmente e minha dignidade subiu ao pódio
Renasci dentro de um mistério que mal cabia em mim mesma

Não sou pessoa de ficar lamentando a minha própria falta de sorte
O que é pra ficar anexado na memória nada nunca fará apagar
Então serão os momentos que ficarão marcados pelo vento corrente do dia a dia
E só o tempo poderá amenizar o sentimento confuso que ando sentindo

A minha insanidade se manifesta pela minha própria abstinência
A saudade relutada pelo ser humano não se posiciona diante do meu contexto
A relação entre o homem e o animal é a mesma que intensifica o meu lado mal
Acreditar pra sentir ou simplesmente sentir pra acreditar

Esse tempo tardio que me resta será transformado em um início
Onde cada personagem que inventei diante dos momentos se renunciará
E estará extinto para todo o sempre, para assim nascer um novo ciclo
De um novo amor ou de uma nova vida

Não existe motivo para lágrimas soarem em baldes ausentes
A vida não pára para que eu retome o meu juízo
Preciso me bastar de alegorias das quais eu me contento e depois me perco
Preciso me fartar de mim mesma antes que eu decida acabar com tudo que me compõe

Meu oxigênio está se esgotando, preciso reviver para tentar ser feliz
Esta tal felicidade que nos completa e nos mantém saciados
O segredo de um desfeixo que nunca conseguirei alcançar
O ânseio de ficar sozinha e me perder no montante encontrado na esquina

Preciso pedir para que nunca me deixe em uma caixa fechada
Quero estar exposta em um porta retrato apagado e velho
Onde eu possa sentir que algum dia eu fui ao menos desejada
E que pra sempre eu poderei ser lembrada como uma grande amiga."