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quinta-feira, 3 de março de 2011

Fim.


"Se meus olhos pudessem escrever livros 
A nossa história nunca poderia ser lida
Eles mentiam diante de uma fortuna de sensações
Uma fartura de expectativas, só minhas

Se eu pudesse contar o que meu corpo sentia
Seriam mentiras na base de fatos reais
Uma realidade que só eu possuia
Uma boca que imaginava ser só minha

Os encontros escondidos, as frases ditas
Um caminho que desenhei em um papel rasgado
A trilha de volta ficou perdida pela rua escura
A voz doce já está tão distante

Minha cama está vazia
Meu cheiro empreguinado pelos cantos da "nossa" casa
Meus braços murchos e desconsolados
Aquele amor, o qual eu inventei

O ardor das noites de pura sedução
Ficaram tatuados apenas na minha pele
Não basta morrer de amor 
A alma se desmantela diante de tanto prazer

‎Então finja que me sente nessa outrora do destino
Abuse dos meus desejos nesse trajeto contraditório
Me renuncie sem medo de estar pecando novamente
Me beije como se eu fosse a última donzela da noite

A parede ficou pequena depois de tantos arranhões
Sinta as preliminares desse ritmo tão caloroso
Me segure forte e me lance diante das flores com espinhos
Vamos esquecer que as cobertas existem

Então me encante novamente com a sua beleza, meu amor
Vamos entrelaçar as alças dos pijamas caídos
Repare no lençol bagunçado cheirando a suor
Somos só nós dois numa noite excêntrica

Me use com seu jeito magnífico e tão sedutor
Sobreponha o peso do seu corpo no meu
Siga meu ritmo e eu sigo o seu
Vamos dançar debaixo dessas lágrimas do céu."

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