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terça-feira, 29 de março de 2011

Meu mal.


Lançada ao mundo perdida e repetindo várias doses
Poderia me redimir e simplesmente me desculpar
Mas pra quem e por qual motivo eu faria isso
As vezes existem palavras que jogadas ao ar se queimam
E as queimaduras prevalecem diante desse rótulo

Consumindo meu medo, minhas diferenças, minhas crises
Tive uma overdose de mim mesma e de todas as situações
Afinal somos apenas molestados pela vida todos os dias
Argumentos já não mais me competem a debater as críticas
Estou fadigada de tantos desleixos e maus tratos

Estou sendo vigiada por um espelho que reflete minha bipolaridade
Seguida de tantas causas e conseqüências que eu descobri
Ao longo da vida, ao longo dos prazeres insaciáveis
Apostei na chama do diabo e me vinculei sobre a diguinidade
Agora eu quero cessar todo esse pesadelo que vinculei como sonho

As escadas estão com tábuas quebradas
Já não posso dar mais um passo e nem saltar
Estou presa e quero gritar, mas ninguém pode me escutar
Então eu dou risada da minha própria fodição
Entrei em detalhes que nem eu posso explicar

Os baldes, as fotos, tudo está jogado no chão
Os cortes estão cada vez mais profundos
Daqui a pouco eu me derreto nesse quarto tão vermelho
A infelicidade ou o excesso da felicidade está me martirizando
Sentimentos bruscos e tão parecidos que se tornam indiferentes.

Me arrasto dia após dia tentando assumir as injustiças
Um olhar me atirando mágoas, lançando dizeres mal ditos
Esqueço meu nome então e me afogo na banheira
É tudo que me compõe e me decompõe 
São apenas laços estreitos dividindo o mesmo varal.

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